"Os fios de karma que conectam as pessoas
se interligam como uma frágil e pesarosa Flor de Lycoris".

27 março 2011

Sobre Higanbana


Hoje eu decidi falar sobre uma coisa diferente. Aliás, uma coisa da qual gosto muito, e tem um significado muito especial para mim, tanto que deu nome ao blog. Pode ser que algumas pessoas que venham a conhecer o blog se perguntem "o que é Higanbana?". Ou não, whatever. Pois bem, é isso que quero esclarecer nesta postagem.
Não vou escrever acerca do real sentimento que Higanbana tem para mim, pois aí eu entraria em outro assunto, que não é o que quero falar agora. Quem sabe eu não venha falar disso outro dia. Ou não, whatever.

Higanbana, como é chamada no Japão, é traduzida como "flor do equinócio de outono". Uma flor brotando, invariavelmente, exatamente nesta época do ano, quando ocorre o festival budista Higan. O Higan acontece no dia do equinócio do outono e é um feriado nacional no Japão. A partir desse dia, 23 de setembro, o escuro da noite vai se tornar maior que o período da luz do dia. Na verdade, pode-se traduzir Higan como a "outra margem" - a terra dos mortos. Assim Higan é o dia para visitar os túmulos da família e rezar para o bem-estar das almas. Esta tradição budista dura em torno de sete dias, acho.
Em Inglês, elas são conhecidas como “Red Spider Lily”, “Lycoris” ou “Cluster Amaryllis”, além de vários outros nomes. São muito encontradas em arrozais. Os produtores de arroz não as colocam lá apenas por razões estéticas, no entanto. Como acontecem com qualquer planta da família Amaryllidaceae, os bulbos são venenosos. Assim, evitam as pragas, como as toupeiras, ratos e vermes cavando buracos, que possam danificar as colheitas.
Originalmente, a planta veio da China. Mas só a variedade do sexo feminino chegou ao Japão. Assim, faltando a variedade masculina, Higanbana não pode se reproduzir através do pólen, como a maioria das outras plantas floríferas fazem. Podem crescer apenas através dos bulbos.
Outra peculiaridade das flores é que as flores e as folhas nunca se encontram. As flores se desdobram na extremidade de uma haste longa saindo direto do chão. Uma vez que as flores murcham e o eixo apodrece, as folhas aparecem. Assim, não há maneira de ver a planta como um "conjunto completo" - uma parte será sempre ausente.
Mas esta espécie que vos digo é a
Lycoris radiata, a minha preferida. Porque na verdade, do gênero Lycoris, há várias outras espécies lindíssimas também (brancas, amarelas, etc). Vale à pena conferir. E em caso de interesse, façam as buscas na internet tanto com "Higanbana" como com "Lycoris".

2 comentários:

Verónica disse...

Já tinha pensado que raio significava o nome do teu blog, mas depois ia fazer passar-me por ignorante, e isso para mim é demasiado humilhante xD

Gostei muito da história dessa flor e é realmente muito bonita. As imagens que têm as borboletas estão giríssimas :)

Tens todo o meu apoio, tive a ler o blog todo :)

Beijinho **

Marcela Santos disse...

May adorei toda a historia da flor e gostei de saber um pouco mais da cultura do japão.
Já havia parado para pensar algumas vezes sobre o nome do seu blog e gostei do significado.
Beijos linda e estou sempre aqui te expiando!